sábado, 10 de dezembro de 2022

Um Universo Absoluto que conduz os universos relativos

Lendo o livro A Ciência e o Campo Akáshico: uma teoria integral de tudo, de Ervin Laszlo, estou me deparando com uma série de afirmativas que apontam para aquilo que os estudiosos da obra de Ubaldi já sabem de antemão: vivemos num universo (num sistema de universos) criados por outro, um único universo uno, além de todas as suas criações. Um Metaverso, nas palavras de Lazslo - que nada tem a ver com o termo usado pelo criador do facebook. Esse seria, na definição de Ubaldi, o Sistema.

Vamos aqui iniciar um esboço de unificação entre as últimas teorias e orientações da ciência e a visão do Apóstolo de Gubio. Para isso terei de recorrer ao livro de Ervin Laszlo e algumas informações a respeito das últimas descobertas científicas no campo da física teórica e da psicologia transpessoal.

Nós sabemos que existem quatro forças fundamentais que agem no nosso cosmos: a gravitacional, a eletromagnética, a nuclear forte e a nuclear fraca. As duas primeiras tem seus tentáculos de influência se estendendo ao infinito, enquanto as duas últimas atuam somente a nível atômico. 

Fig.1: As quatro forças fundamentais partiram de um único impulso primordial. Isso a ciência está percebendo. 
Mais: para explicar as origens (e o destino) do nosso universo, é preciso encontrar uma Teoria Unificada de Tudo (TUT). 
Não apenas na Física, mas em todos os níveis (químico, biológico, psíquico).

A gravitacional age em tudo que existe, enquanto a eletromagnética atua em partículas com alguma carga elétrica. As outras atuam em partículas elementares apenas. Essas forças são causadas por partículas elementares responsáveis pela geração de forças, denominadas bósons (fótons, glúons e partículas W e Z). As partículas constitutivas da matéria, por outro lado (quarks e elétrons), classificamos como férmions

Talvez o mais interessante seja perceber a imensa variação de cada uma em relação às outras.

A força gravitacional é fraca em relação às outras (10E-39 vezes menor do que a força nuclear forte). Por isso ela só é influente e considerada no estudo de corpos massivos - objeto de estudo da cosmologia. Trata-se de uma força de atração fortemente vinculada à matéria, que surge como primeiro produto da série das formas dinâmicas (energias).

"Eis como ocorre a transformação: o movimento, primeiro produto da evolução físico-dinâmica, é força centrífuga e, por isso, tende à difusão, à expansão, à desagregação da matéria. Expansão em todas as dimensões é, com efeito, a direção da evolução. Mas, em determinado ponto, essa direção se inverte, por lei de equilíbrio, numa direção centrípeta (contraimpulso involutivo), e as forças de expansão se complementam com as de atração. Assim, a primeira explosão cinética encontra seu ritmo, pois, tão logo a desordem se manifesta, o princípio da Lei a reorganiza em nova ordem, equilibrando o movimento num par de forças antagônicas. Dessa forma, a gravitação vos aparece como energia cinética da matéria, estando, pelo fato de ter nascido diretamente desta, tão inerente e estreitamente ligada a ela, que não vos é possível isolá-las uma da outra."

AGS, Cap. 38 (grifos meus)

Explica-se assim a dificuldade de detecção das ondas gravitacionais (descobertas apenas em 2015, como podemos ver aqui): elas são um produto direto da matéria. Um contraimpulso ao impulso expansionista da radioatividade. E pé interessante constatar que ela atua em todos os objetos do universo - apesar de ser a mais fraca.

Por outro lado, a força eletromagnética, 10E37 vezes mais forte do que a gravitacional, também tem atuação ilimitada em termos de distâncias e partículas. Porém, só exerce seu "papel" se as partículas estão carregadas eletricamente. Essa atração-repulsão é o que impede a interpenetração de objetos. E mais: ela também tem forte influência a nível atômico (fenômeno não constatado no caso da força gravitacional). 

As forças nucleares atuam apenas na escala atômica, sendo a fraca influente em partículas elementares como os elétrons; e a forte influente em partículas mais pesadas, localizadas no núcleo atômico. Estas últimas são as mais fortes e dão coesão aos átomos. 

Já foram feitas unificações entre três dessas quatro forças (ver figura abaixo).
Fig.2: As quatro forças fundamentais, para serem unificadas (=relacionadas em nível profundo), dependem 
do que sabemos sobre o que ocorreu no início de nosso universo. 

É interessante constatar que a ordem das unificações na história da física coincide com o tempo mais ou menos próximo das ocorrências e com a familiaridade aparente entre elas. De modo que a força eletromagnética e nuclear fraca, por envolverem partículas leves, que por sua vez se relacionam com o eletromagnetismo (num nível), foram unificadas antes. Depois, estas duas com a nuclear forte. Hoje busca-se algo denominado de teoria quântica da gravitação, que seria a condição necessária para explicar os estágios iniciais (primeiros instantes, 10E-42 s) da formação do universo. Ou seja, para compreender nossa origem (em pensamento, não em vivência ainda) seria necessário ter uma base conceitual (teoria) capaz de clarear nossas mentes. 

Tudo aponta para o fato de que houve uma origem unitária para a multiplicidade fenomênica - filha da dualidade, estado de cisão que nos acompanha há 13,8 bilhões de anos. E que a única maneira de explicar a coerência entre fenômenos tão díspares e as comunicações instantâneas - que atordoa nossas mentes, habituadas a conceber tudo na base dimensional espaço-tempo - seria a existência de um campo informacional, ou Campo A (de Akáshico), de acordo com Laszlo. De modo que o que unificaria tudo seria algo imaterial, não mensurável por nossos instrumentos ou sentidos. Porém perceptível pela nossa intuição. 

O Campo A ainda é capaz de permitir que qualquer ser possa acessar todo o conhecimento universal (no e além do nosso universo) devido à sua característica imaterial. Nele tudo é simultâneo e intangível. Ele é de certo modo o campo não-local dos físicos. Domínio das variáveis ocultas de David Bohm. Mas esse acesso não se dá através dos meios e métodos convencionais. Ele se dá através da vivência profunda, que leva à sensibilização do ser, cujos 'sentidos ocultos' despertam a conseguem detectar, gradativamente, aspectos mais profundos sobre a causa do oceano fenomênico universal. 

Esse campo, ao que tudo parece, é indestrutível e portanto está ligado à eternidade (=ausência da dimensão tempo e portanto da influência desta sobre ele) e à infinitude (=ausência das barreiras espaciais para sua plena atuação). É sem dúvida uma das 'partes' do Absoluto.

"O fenômeno que os cosmólogos chamam de “sintonia fina das constantes universais” é particularmente incômodo. Os parâmetros físicos do universo — há três dúzias ou mais desses parâmetros — estão ajustados de maneira tão precisa que, juntos, eles criam as condições altamente improváveis sob as quais a vida pode emergir na Terra — e presumivelmente também sobre outros planetas — e evoluir até níveis de complexidade progressivamente mais elevados."

Laszlo, E. A Ciência e o Campo Akáshico (grifos meus)

É interessante como alguns atribuem a um acaso feliz o fato da complexidade ter surgido em nosso universo. Não querendo ver uma causa inteligente, ou seja, um motivo para essa ocorrência, travam o ímpeto investigativo deles mesmos e - pior - dos outros. 

Interessante também é percebermos que existe uma progressão geral que aponta para desmaterialização e morte (de um lado) mas para ressurreição, vida e consciência (de outro). A questão de perceber esse morrer-renascer depende 'apenas' de nossa capacidade de conceber e sentir planos de vida superiores. 

"Todos esses são quebra-cabeças de coerência, e levantam a possibilidade de que este universo não surgiu no contexto de uma flutuação aleatória do vácuo quântico subjacente. Em vez disso, pode ser que ele tenha nascido no útero de um metauniverso anterior: um Metaverso. (O prefixo meta vem do grego clássico, e significa “atrás” ou “além”; então, Metaverso é um universo mais vasto e mais fundamental, que está atrás ou além do universo em que habitamos.)"

 Idem (grifos meus)

Qualquer semelhança com a revelação de Ubaldi é mera coincidência (brincadeira).

Você percebe, meu amigo? Uma hora todos nós teremos de lidar com essas questões. Tudo está convergindo para o ponto ômega. Fugir disso só causa mais desorientação, mais dor. É a negação da vida, das inesgotáveis e maravilhosas possibilidades, da evolução em seu próximo nível. Não podemos nos furtar desse dever. 

Abaixo uma breve descrição do Campo A.


Toda essa busca da ciência, da vida, dos avanços e regressos, é uma busca por um tesouro oculto. Um tesouro que enterramos no âmago de nosso ser, cobrindo ele cheio de coisas grosseiras, transitórias, ilusórias, viciantes.

E para auxiliar-nos é imprescindível aceitarmos a presença desse Absoluto que nos guia nessa oceano tormentoso de relatividades que sangram, agridem, lutam, choram e gozam. Ele sempre está aí, acessível a qualquer um que tenha a fé (=sintonização com planos superiores): único pré-requisito para desfrutar de suas benesses. Benesses indescritíveis e indestrutíveis, que sempre superam as adversidades do mundo, impressionando os poderosos, chocando os incrédulos, conduzindo a criatura. 

Não se trata de multiplicar o que se tem. De estender no campo do intelecto. De acumular fatos e diplomas e cargos. De despejar palavras, numa verborragia insana. De vencer no mundo. Nada disso. 

O ponto é superar nosso baixo nível evolutivo.

E superar, após ter chegado a determinado nível de consciência, é transcender.

E transcender é conhecer a verdade, que nos liberta das amarras do AS, 

Para seguirmos obedientemente as vastidões do S.

Gilson Freire nos ajuda a compreender essa realidade - que é A Realidade.


Referências

https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/boson-de-higgs.htm

https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-51215323

https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/08/conheca-4-forcas-fundamentais-da-fisica-e-por-que-elas-sao-importantes.html

http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20032/Humberto/#:~:text=Esta%20unifica%C3%A7%C3%A3o%20entre%20a%20intera%C3%A7%C3%A3o,no%20interior%20do%20n%C3%BAcleo%20at%C3%B4mico.

https://www.youtube.com/watch?v=IW3PcKlYYRw

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