sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Um reino que morre - e outro que nasce

O nosso mundo - isto é, a forma de vida que temos como ideal - está em seus últimos dias. O reinado da força está prestes a acabar. Não hoje, nem amanhã, nem ano que vem. Mas nas próximas décadas (e séculos), um processo irreversível de maturação cinética da substância irá tomar corpo na coletividade humana. Já há vários precursores disso nos dias atuais. Eles anunciam uma nova civilização. Civilização que será pautada por diretrizes supremas, na qual a aparência será secundária e a essência estará em primeiro lugar. Em todas as dimensões. E com isso, todo o planeta, com suas infindáveis espécies e fenômenos, irá interagir de modo inesperado, mais profundo. 

Fig.1: O fim aponta para um novo início. Esse mundo será destruído. Não o mundo - mas este mundo...materialista.
Os germes de uma nova civilização estão se formando. Há núcleos de pensamentos que apontam de forma
 ainda difusa para o porvir. As pessoas buscam. Muitos de modo negativo - mas alguns de modo positivo. 
Fonte: JonathanPeterson(Pexels).

Hoje a astúcia vigora em todas as esferas. Os que estão contaminados dela repassam (com facilidade) a muitos outros, próximos. Proximidade não em sentido espacial, mas em termos de sintonização vibratória, que acaba vencendo barreiras de espaço-tempo, levando o vírus para além das fronteiras tangíveis. Isso demonstra o quão suscetível está o ser humano às más influências. Em pleno século XXI, apesar de todo bem-estar, de toda tecnologia e de um histórico e personalidades que apontam os erros e os caminhos, o ser humano ainda insiste nos caminhos do mundo - isto é, dos cálculos egoísticos, das aparências, do acúmulo de bens e papéis sem significado intrínseco. 

O mundo está saturado de desespero. Qualquer um com um mínimo de sensibilidade sente a tensão e o vazio no ar. A atmosfera psíquica é carregada de dissabores. Os pensamentos são vazios; os atos, repetitivos; as ideias, cópias degradadas de grandes iluminações de séculos passados. A tecnologia aprisionou as pessoas num vórtice de trevas que está levando a um esgotamento total das faculdades mentais, emocionais e físicas. Do espírito nem se fala então.

Cada final de ano trás uma reflexão. É feito um balanço do que se passou - e de tudo que se passou - e das possibilidades do futuro. Esse final de 2022 trouxe a mim desespero profundo. Desânimo e decepção. Tudo foi registrado aqui, em detalhes. Na substância. Os aspectos de forma não interessam porque facilmente levam a julgamentos e má interpretações (causa dos julgamentos). Por isso é imperativo registrar no campo abstrato, em que o fenômeno é puro e somente quem amadureceu suficientemente a alma será capaz de compreender à fundo. Porque viveu e sofreu os dramas do autor - em outros tempos, de outros modos,em outro ritmo. Mas sofreu.

Os registros que ficam impressos aqui, se propagando pela rede mundial digital, são para pessoas de outros tempos, outros locais. É algo para o futuro, sobre o futuro - e em prol do futuro. E o futuro aponta para a unificação. São para aqueles desconhecidos sofredores, quietos em seus cantos. Menosprezados porque suas formas de expressão não se moldam aos requisitos do mundo. Ignorados, porque acham interessante (interessantíssimo) questões dificilmente abordadas por alguém - seja em família, em grupo de trabalho, em roda social. Desprezados, porque (por vezes) insistem em 'coisas inúteis'. Batem sempre no mesmo ponto - e por isso são taxados de repetitivos. Mas esse ponto é O ponto.

Qual ponto?

As causas primordiais que se desdobram em efeitos visíveis e caóticos. Que geram uma lógica de funcionamento sistêmica que é por si anti-sistêmica. Regras que jamais irão permitir soluções definitivas. E por isso nos arrastamos cada vez mais.

Nos últimos decênios surgem vozes que trazem à tona os problemas fundamentais de nossas espécie. Não cito mais nomes, pois este blog, que completou nove anos e caminha para uma década de vida própria, já apontou para muitos caminhos (alinhado ao Grande Caminho) e profetas. Os problemas fundamentais são cada vez mais difíceis de driblar (ou varrer para baixo do tapete). Porque as contradições tendem a se fortificar com o que fazemos, que é escondê-las e dar novos nomes aos mesmos bois. Julgamos que com isso somem os problemas. Porque estamos tão imersos na caducidade da forma - isto é, em seu ritmo frenético que gera sensações - que ancoramos nossas condutas a partir do meio exterior. 

O que é feito pela maioria tende a ser adotado pelo indivíduo. Se destacar é crime. Especialmente se esse destaque for uma diferenciação de substância (atitude perante tudo), não de forma (cultura, moda). 

A humanidade está tão imersa em seu lufa lufa quotidiano que não suporta pessoas que, a partir de temáticas universais e comuns (de entendimento de todos), desenvolvam pensamentos seus, todos próprios, porque estamos numa era de repetições. 

Pensamentos envolventes pela sua poesia; revolucionários por sua filosofia; ameaçadores por sua sistematização científica e racional. Perigosíssimos ainda mais se colocados em prática, de modo ordenado, firme e destemido. Isso ofende porque arrasta as pessoas para o único 'local' do qual não conseguem escapar: seu interior. 

O que é esse interior?

São seus sonhos jamais realizados. Sonhos belos, de união, eficiência, superação, paz e trabalho real. Sonhos bonitos e impulsionadores. 

São seu potenciais enterrados por uma sociedade drogada de tecnologia, falatórios, aparências, escapismos, fofocas, imediatismos e intelectualismo sofisticado - que nos coloca numa teia cada vez mais limitadora. Potenciais que indivíduo nega para ser  aceito a todos momentos. Pois uma única negação ou olhar de dúvida do outro é insuportável.

São suas ideias revolucionárias. Ideias que partem de premissas um tanto incabíveis. Mas que, se desenvolvidas com a intenção de resolver os problemas 'insolúveis',  acabam ganhando corpo e, através de erros e erros, vão construindo soluções e descobrindo caminhos. O que estimula o ser a persistir e insistir. De modo cada vez mais criativo.

São seus sentimentos que vão além do sensório. É um afloramento da sensibilidade. É a capacidade de captar as maravilhas que sempre estiveram aí. E que revelam a Lei de Deus. No cinema, na música, na literatura, na ciência, na filosofia, na sociedade, nos afetos, nas crenças, na história, nas vidas sofridas belamente...em tudo e todos. 

Hoje não se pensa: se reproduz coisas do passado. Nem sequer se é capaz de refletir sobre o que foi dito por grandes nomes. Isso venho constatando em meu ambiente de trabalho. E mais grave: a desorientação é maior da parte daqueles que deveriam conduzir o processo educacional. 

Nos habituamos a colocar para dentro e vomitar para fora fórmulas prontas. No modo de conduta, de pensar, de conversar, de agir. O que não pode não pode porque ninguém assim o faz ou é algo 'absurdo'. Nossos chefes são prisioneiros de métodos burocráticos obsoletos. De ferramentas de comunicação que não explicitam os reais problemas. De modos arcaicos de conceber o trabalho. Como algo a ser cansativo - e quanto mais assim, mais se está trabalhando.  

Nesse ano de desgastes muito foi constatado. Percebeu-se a natureza humana à fundo. E mesmo com muito mais derrotas do que vitórias, uma coisa: as vitórias foram o início de um processo que deverá se desenvolver cada vez mais - mesmo que de outra forma; ao passo que as derrotas foram pequenas e sem causar dano real ao viajor da verticalidade mística. 

Esse ano de 2022 foi o ano do impacto. 

Ação e reação! 

Muito se disse, muito se tentou, muito se inovou, muito se criou (ação do indivíduo).

Muitos escapismos, muitas falsas promessas, muita insensibilidade e muitas contradições (reação do mundo).

Conclusão: as pessoas que deveriam ajudar os outros a encontrarem o seu caminho não enxergam a realidade. 

Estar na posição de professor exige visão mais do que erudição. É necessário permear a aprendizagem com o fator moral. E a partir daí iniciar uma série de atitudes e práticas que gerem interconectividade entre saberes, inteligências, formas de apreender e se comunicar. 

As massas sempre tem razão - ao menos em seu plano de vida. Elas vencem pela força do número, que afoga as vozes que não participam de sua cacofonia. Com a quantidade sempre é possível escapar da realidade: a ignorância vence pelas normas que impedem o transformismo. Vence pelo  auto-isolamento, com pessoas esquecendo o mais importante (dito por um ou dois ou poucos) e repetindo sempre as mesmas coisas, de formas mais ou menos iguais. Vence pela falta de percepção do que poderia resolver seus problemas. Vence pela insensibilidade gritante e pela falta da capacidade de pensar - a ignorância é uma bênção dizem. 

Porque pensar é algo diverso de assimilar passivamente algo (mesmo que muito sofisticado e longo) e reproduzir esse algo de uma maneira mais ou menos palatável para outros. Aí não há sentimento, não há comprometimento, não há amor pela essência e influência do conhecimento sendo (simplesmente) repassado. Não há tesão! - como diria Clóvis de Barros Filho.

Como esperar a mudança do mundo, das pessoas, se você não tem a coragem de fazer algo verdadeiramente diferente, que exija esforço e risco e te coloque por isso em destaque?

Sem bondade, inteligência e coragem, não há meios de sairmos dessa (situação) da melhor forma.

Já dissertei sobre esses três pilares alhures. Não irei me repetir. Os interessados que busquem pelo conhecimento, pois o esforço é um imperativo da vida.

É preciso tocar o abismo de sua natureza infernal (AS) para se lançar aos esplendores de suas capacidades celestiais (S).

Fig.2: Se sou louco tenho um exército de grandes ao meu lado. Eu sinto eles vivos em mim nos momentos mais críticos de minha vida. Tudo que conquistei foi devido a um alinhamento que transcende os motivos mundanos. 
Compreenda quem o puder...

Como eu sempre digo: as coisas proferidas aqui sempre entram em ressonância com correntes de pensamentos grandiosas. 

E reverberam em almas já preparadas para a ascensão.

Que Deus te abençoe por ter chegado até aqui amigo - você é raríssimo.

Paz e ascensão!

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