É realmente triste ter que chegar ao nível do combate corpo-a-corpo para defender uma forma mental que tentou se construir ao longo de várias décadas. Trata-se do desenvolvimento de um Estado nacional soberano, que sirva à população, com uma ampla rede de serviços universais, básicos e de qualidade - saúde, educação, segurança, cultura, transporte, habitação, crédito para pequenos produtores, ciência e tecnologia, entre outras - e auxilie os mais necessitados que, por serem passíveis de servir de mão-de-obra escrava (ou quase) devido à sua situação de vulnerabilidade, seja ela psíquica, econômica, física ou geográfica, alimentam um sistema perverso e ilusório.
http://outraspalavras.net/brasil/de-boulos-a-temer-vai-ser-na-marra/
Mas a circunstância pré-catastrófica demanda que se desça do mundo abstrato, místico-religioso, para o nosso mundo concreto, político-econômico-social. É preciso passar pela filosofia, e daí para a ciência, até chegar ao concreto.
Quando os ideais descem à Terra, devem assumir, nem que em pequeno grau, a forma terrena, com parte de suas fraquezas e vícios. Eis o risco que se corre ao fazer a luta no terreno onde as coisas se transformam. Luta tão desagradável quanto necessária. Quem sabe e não ousa corre risco de contrair dívida.
Espero que o leitor - que não é apenas leitor, mas ser de reflexão, capaz de sentir e até de criar novos conceitos, vivendo-os em certo grau - possa compreender o que de fato vem ocorrendo no mundo, com todas suas nuâncias e implicações. Quem acompanhou esse blog desde sua gênese possui condições de saber do que se trata.
Ás vezes devemos defender um finito com nosso silêncio, nosso olhar, nossa atitude. Porque esse finito é uma fenda para outros finitos mais próximos do infinito. E geralmente esse finito é o mais atacado pelos poderes do mundo. Essa é a Verdade vista no campo mais abstrato.
À medida que descemos para o concreto, a verdade se inidivdua, e com isso devemos ter o cuidado para atingir uma individualização capaz de servir de ferramenta resiliente e plasmante. Caso contrário corre-se o risco de entrar numa guerra santa entre finitos egoísticos.
O artigo de Guilherme Boulos é um alerta para quem realmente deseja começar a pensar como realmente resolver os problemas - não só do Brasil, mas da Humanidade. Não é o ponto final, mas um ótimo ponto inicial: algo que pouquíssimos são capazes de fornecer na atual situação.
As massas deliram, adotando relativos e se fechando a eles; os poucos que veem em profundidade estão quietos, temerosos, rezando para que surja uma personalidade com magnetismo nunca antes vista em nosso mundo contemporâneo. Um ser simples como as pombos e sagaz como as serpentes.
Mas trata-se de uma possibilidade que depende da força dos pequenos operários conscientes, que devem preparar o terreno, com muito esforço e luta, de forma a se melhorarem e servirem de membros para o agente aglutinador.
Ver como loucura ou não é um direito e opção. Ignorar completamente os ditos acima face à Real situação do mundo, numa crise que só se amplifica, é preguiça espiritual.
Um erro ardentemente bem-intencionado e reto, visando criar algo novo e englobante, sintético, supera todos os acertos vazios e sinuosos, cujo escopo é apresentar uma solução "fácil" - para um grupo restrito, para uma forma mental restrita, para uma filosofia de vida já em seu estado terminal.
Esses escritos são para poucos. Feliz ou infelizmente. Mas são esses (poucos) que apresentam as possibilidades. São os potenciais operários. São aqueles que, independente de sua posição, sabem submeter seus finitos (corpo, intelecto, recursos, tempo, energia, emoções) ao Infintio.
Iniciar-se-á uma Batalha - contra nós mesmos, contra a forma mental hodierna. Uma Batalha que começa a se manifestar na insatisfação do ser com sua condição; com os povos em relação aos seus representantes; com os humanos em relação às suas instituições econômicas.
Vencer o ego luciférico em nós para nos unirmos coletivamente para resistir à forma mental neoliberal. E assim criar condições para um primeiro despertar do Logos Crístico.
Compreenda-o quem o puder.
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