JUSTIFICATIVA PARA ESSE MINI-TRABALHO
Pretendo
aqui apenas revelar a uma parcela diminuta da população os
pensamentos de um dos (a meu ver) maiores sábios do século XX, e
dar uma interpretação particular dos mesmos. Farei isso baseado em
minha vivência de 29 anos. Pouca mas intensa. Intensa porque nos
últimos dez ou doze anos percebi que executei – inconscientemente
– um trabalho de constatação. Agora é o momento de colocar
alguns dos resultados obtidos.
Sou
louco suficiente para falar o que penso e sinto. No entanto, não
tenho medo ou vergonha de dizê-lo porque sinto do fundo de minha
alma que a intenção é induzir a movimentos que visem o Progresso
desse mundo.
Fazer
as coisas de modo muito cuidadoso pode ser sensato. Na maioria das
vezes é. Mas nem sempre podemos ser assim. Surgem momentos em que
uma pessoa sente uma força interior MUITO FORTE, que não é produto
de um simples instinto, e sim uma profunda intuição de como tudo
poderia ser.
Espero
que com essa pequena série de textos interpretados eu traga mais
esclarecimento do que revolta. Mais convergência do que divergência.
De todas pessoas, independente da classe social, escolaridade, etnia,
crença, idade, ideologia ou ocupação.
Como
permanecer neutro é não evoluir (ou consentir com o estado atual
das coisas), decido ser atacado ferozmente no presente para ter paz no futuro, sabendo que fiz algo útil para o Universo.
Nisso
eu acredito.
Parte 1
"A
ideia de que os pobres devem ter direito ao lazer sempre chocou os
ricos. Na Inglaterra do início do século XIX, a jornada de trabalho
de um homem adulto tinha quinze horas de duração. Algumas crianças
cumpriam, às vezes, essa jornada, e para outras a duração era de
doze horas. Quando uns abelhudos intrometidos vieram afirmar que a
jornada era longa demais, foi-lhes dito que o trabalho mantinha os
adultos longe da bebida e as crianças afastadas do crime. Eu era
ainda criança quando, pouco depois de os trabalhadores urbanos terem
conquistado o direito de voto, e para a total indignação das
classes superiores, os feriados públicos foram legalmente
instituídos. Lembro-me de uma velha duquesa exclamando: 'O que
querem os pobres com esses feriados? Eles deviam estar trabalhando.'
Hoje em dia as pessoas são menos francas, mas o sentimento persiste,
e é fonte de boa parte de nossa confusão econômica.
Não
pretendo insistir no fato de que, em todas as sociedades modernas,
fora a URSS, muita gente consegue escapar até mesmo de um mínimo de
trabalho: os que vivem de herança e os que casam por dinheiro. Eu
penso que o fato de se permitir que essas pessoas sejam ociosas não
é nem de longe tão nocivo quanto o fato de se exigir dos
assalariados que escolham entre o sobre-trabalho e a privação.”
Interpretação
"A
ideia de que os pobres devem ter direito ao lazer sempre chocou os
ricos.”
Sim.
Vendo muitos documentários e filmes sérios, e ouvindo de vez em
quando conversas de pessoas abastadas, pude perceber que as
pessoas detentoras do capital sempre ficaram chocadas com o fato dos
pobres que trabalham arduamente quisessem ter mais tempo para se
dedicarem a outras vertentes da vida. No entanto, esses mesmos
endinheirados nunca se olharam no espelho, medindo o seu nível de
conforto (e oportunidades) e sua RESPONSABILIDADE pelo bem-estar
daqueles economicamente abaixo deles na pirâmide social.
“Quando
uns abelhudos intrometidos vieram afirmar que a jornada era longa
demais, foi-lhes dito que o trabalho mantinha os adultos longe da
bebida e as crianças afastadas do crime.”
De
fato, essa observação contêm alguma verdade. No entanto, ela foi
proferida há quase um século, época em que a educação universal
começava a ser instituída e o Estado de bem-estar social era
inexistente.Outro ponto relevante: será que essa afirmativa não era uma desculpa para manter a ordem atual das coisas? Porque todos sabemos que um problema (bebida, prostituição) tem várias soluções. Manter crianças trancadas em fábricas para produzir é uma delas - a pior, a meu ver.
Nos
dias atuais a veracidade dessa afirmativa é muito menor. Primeiro
porque existem INÚMERAS possibilidades de afastar as crianças e
adultos das drogas, da bebida e da prostituição sem submetê-las a
um regime que as vê como engrenagens. Bibliotecas públicas, SESC,
SESI, mostras de cinema, de teatro, viradas culturais, concertos
(gratuitos) ao ar livre, shows de jazz, folk, rock, blues, pop, etc,
etc, cinemas alternativos, aulas gratuitas de ioga, meditação,
cursos livres,...Existe estrutura, condições e capacidade
administrativa para grande número de cidades desenvolverem espaços
públicos com ênfases variadas e estimularem a instalação de
unidades sócio-culturais – estes últimos no caso do Brasil. O
resultado pode não ser aceito pelo mercado dominante, mas sem dúvida
existem GANHOS INTANGÍVEIS para o SER, a SOCIEDADE, o MEIO-AMBIENTE.
(continua...)
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