O
Dia em que a Terra Parou, de Robert Wise, pode ser considerado um
marco do ponto de vista cinematográfico por consagrar o gênero
`filme B` no imaginário dos espectadores. E também por tratar um
tema de grande popularidade sob uma ótica diferente. A de que os
extraterrestres chegam em nosso planeta para evitar a nossa
autodestruição.
Filmado em 1951, durante plena Guerra Fria, com a já
evidente corrida armamentista espalhando terror e preocupação pelo
mundo, o filme de ficção científica pode – e deve – ser
encarado como uma crítica às nossas instituições governamentais e
modo de vida.
Klaatu (Michael Rennie) tem uma missão: alertar os
perigos de um confronto entre as superpotências da Terra, as quais
por sua vez podem vir a afetar os vizinhos extraterrestres. E isso
seria intolerável para os outros habitantes do sistema solar, cujas
civilizações aprenderam a evoluir por um caminho pacífico, sem
guerras ou ganância desmedida.

Inúmeras passagens transmitem a idéia do quão
limitada a humanidade é em termos de compaixão e moral e eficiência
(administrativa, tecnológica, jurídica,…). Há um assustador
desnível entre o mundo que o garoto apreendeu ao longo de seus
primeiros anos de vida e um outro mundo, real, possível e distante,
sugerido por Klaatu.
Indiferentes à mensagem do extraterrestre, as
autoridades se revelam mais preocupadas em encontrá-lo e prendê-lo
no hospital do que em trocar conhecimentos. Sua inserção na
sociedade é vista como perigosa. Uma atitude um tanto imatura e
superficial para quem cuida das relações internacionais, economia,
educação, segurança…
O fato de ser um filme de baixo orçamento não limita a
qualidade da obra como um todo. Na época o interesse por OVNI’s
era crescente, – um tema popular - e a melhor forma de fisgar o
espectador era com um filme de forte roteiro usando extraterrestres
como pano de fundo. O resultado é algo diferente de otros filmes do
gênero produzidos antes. Um marco. E um dos poucos filmes que
mostram os habitantes de outros mundos como criaturas pacíficas.
Um filme inteligente. E interessante.
O que comprova que
os filmes B não são necessariamente B em conteúdo.
Trailer:
https://www.youtube.com/watch?v=51JoEE_znyI
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