domingo, 4 de agosto de 2019

O S absorve o AS

Nas últimas semanas o autor pôde experimentar um pouco mais da amargura do mundo, reforçando assim as grandes verdades reveladas por Ubaldi. Foram momentos em que uma trajetória contínua de exaustão era intercalada por choques violentos inesperados, destituídos de um sentido construtivo exceto o de abalar o psiquismo daquele que pretende trazer mais esclarecimento ao semelhante.

É muito perigoso ser sincero com uma criaturas imaturas. Expor uma verdade mais profunda irá deixar os inconscientes mais agressivos. Por quê? Porque o cidadão do Anti-Sistema, que se encontra relativamente confortável em suas misérias, sejam elas fofocas, vícios e atividades repetitivas de exibicionismo e ritualismo, se apavora com a coragem de um ser que se expõe sem temor -  com elegância poética e precisão científica - a ele. Essa exposição liberta aquele que afirma. Assim, sem nada mais a esconder, toda a substância sincera e séria transborda pelo seu ser e atinge as adjacências. Aqueles que escutam com um mínimo de atenção captam, ainda que de forma inconsciente - dado o baixo grau de maturidade evolutiva. A verdade se irradia como a luz do Sol. Atinge todos pontos de forma a causar uma reação. Essa luz gera incômodo para quem deseja permanecer numa existência de cavernas, em que a vida é repetição de vícios, formalização de hábitos, agressão do diferente e inércia na evolução. 

A longa ponte que une o seu grau evolutivo com
o novo ser, mais livre, é fina, frágil e cheia de
percalços. Criaturas aparecem para desestabilizá-lo.
Mas elas passarão - e cairão.
Transformar-se é sofrer. Mas não apenas isso. É mergulhar em seus defeitos e dissecá-los, dialogando com cada um deles e percebendo o que pode estar fazendo com que uma miríade de ações não tenham capacidade de ter o efeito pretendido. O sofrimento deve ser útil. É um indício de algo, cujas causas se encontram em outras regiões...

O choque abalou profundamente aquele que aqui escreve por vários motivos. O principal deles está no distúrbio psíquico causado, que se propagou ao longo de um bom tempo e incomodou uma cadeia de pessoas envolvidas num processo desgastante e sem sentido. Trata-se de um caso em que o motivo da queda se faz evidente num ser. 

A forma mental do involuído é simples: "Todas as minhas falhas devem ter por culpa um agente externo. Esse agente externo será escolhido com um critério: quem está mais próximo, seja mais sincero? Posso contar com um grupo para apoiar meu egoísmo? Se sim, iniciarei uma batalha para tentar conseguir obter o quinhão que julgo ser meu por direito." Nessa forma mental, nem sequer 1% da culpa é direcionada à pessoa que sofre efeitos indesejáveis. Ou seja, tudo de ruim que acontece a alguém não deveria ter ocorrido - então tentar-se-à converter essa tragédia em menos tragédia (minimizando-a), e causando mal àquele (e a outros, indiretamente) que não agrada a mim.

O ataque começa e o ser mais consciente aguenta os primeiros golpes sem temor. Ao contrário, a reação é dirigida não à personalidade (persona) do jovem involuído, mas ao imo de seu ser. Sua essência. Isso o abala, perturbando sua psique. Seus olhares demonstram desespero. Suas atitudes são desorientadas e ineficazes. Seus gestos são repetitivos, assim como seus argumentos e suas falas. Sendo tão evidente sua fraqueza, resta repeti-las ao infinito e apoiar-se no número do grupo - que sempre contém criaturas egoístas em busca de algum ganho gratuito - para se ocupar. Usa-se o ambiente de trabalho para buscar meios e informações que possam prejudicar o semelhante 'injusto' que lhe atribuiu uma nota. Todos os pequenos defeitos de um se tornam grandes - todas as belas qualidades se tornam invisíveis. Esse é o filtro do involuído, que se sente muito incomodado por ter de realizar um trabalho (de filtragem) tão intenso e laborioso para conseguir manter sua estrutura mental em relativa paz. 

O ser mais consciente, sincero e sério, causa um grande incômodo às massas de espíritos imaturos. Pobres crianças que colocam objetos, novidades e fofocas como centro de suas ocupações diárias, sem perceber que o vórtice virtuoso da vida se faz presente em todo fenômeno ao redor. Sem perceber que suas misérias não serão curadas enterrando-as ou agredindo o outro que as desenterra, e sim sublimando seus vícios e baixas tendências através de uma existência de diálogo e de aceitação. 

Aquele que recebeu golpes - inicialmente verbais, depois jurídicos - conduziu o processo com calma. Foi necessário mostrar passo-a-passo o porquê de cada ato. Mesmo assim o revoltado não aceitou. Não aceitando continuou o ataque. As forças apenas se esgotaram quando a criatura se viu sem a quantidade de provas mínimas disponíveis em mão para prejudicar o próximo. Além disso, sua própria mente maquiavélica percebeu que o custo do ataque estava se tronando muito grande, fazendo com que suas perdas aumentassem às custas de um abalo muito pequeno ao outro. Eis como as forças do Anti-Sistema acabam por se exaurir. Basta ao ser mais evoluído ser paciente e não reagir.

Temos anjo e demônio dentro de nós. E uma miríade de seres
que formam combinações diversas, oriundas da coma de
existências passadas. Devemos trabalhar com elas para
superar nossas tendências e assim obter controle (liberdade)
sobre nossa vida, forjando destinos gloriosos
Nenhum ódio contra aqueles que fizeram ato tão bestial. Não se deve ocupar seu tempo, suas energias e emoções com um passado desse. Nem o intelecto para buscar reagir. Apenas usar o que ocorreu para se melhorar. Assim o autor aprende a tomar mais cuidado e cumprir com mais rigor certas normas (tristes, estúpidas, mas infelizmente necessárias para evitar abrir brechar para agressão via legal). Soma-se a isso a experiência, que lhe mostrou o seguinte: nível de escolaridade (relacionado ao intelecto) não tem nenhum relação com maturidade (comportamento) e princípios morais (virtudes). 

O desfecho desse acontecimento é colocado para Deus, cuja lei que permeia tudo e todos atua de modo justo e preciso, no tempo certo.

O autor percebeu que o agressor, fazendo uso da astúcia através de ameaças verbais e legais, obteve o que desejava: um número na média final que satisfizesse sua vontade. Grande esforço no campo jurídico - pouco esforço no campo intelectual. E nenhum aprendizado no reino íntimo do espírito. Mas a nota não foi dada nem por medo (de ameaça) ou por ter percebido uma injustiça. Apenas fez uma avaliação de nível elementar, que não pudesse ser contestada. 

O autor também ficou a par - através de um colega de trabalho - que essa mesma pessoa foi reprovada em outra disciplina. Não apenas reprovado, mas com nota muito baixa (numa disciplina simples comparada a outras que o curso apresentar-lhe-á). Assim a Lei de Deus se faz através de outras pessoas, de outra forma. Mas aquele que agride acaba por ser atingido. Quem sabe ainda quantos golpes podem estar reservados a esse ser que causou tanto mal. Mal desnecessário. 

Resta desejar todo o bem a essa criatura - e a horda de jovens almas que tanto mal despejaram num único ser, de modo sorrateiro e se apoiando na força do número, uma série de críticas destrutivas que focaram nos defeitos humanos - deixando de lado as qualidades. O instinto de rebanho é o que dá tom à dinâmica do involuído. O inconsciente se sente muito seguro para agredir quando se vê ao lado de uma série de seres semelhantes (em consciência). A verdade se faz pelo poder do grito e do número. Foge-se da sinceridade, negando-a através de vários métodos. Estes, ao virem à tona através de atitudes, palavras e atos, revelam em que dimensão se encontra o ser. Criatura que calcula à curto prazo, e se sente vitoriosa apenas por ver os efeitos imediatos, mais visíveis. Eis o mundo atual, que ruma desgovernado para seu destino inexorável. 

Não se trata aqui de lançar pragas ou maldições, mas simplesmente constatar que a Lei de Deus já começa a agir. E que aquele que sofreu a agressão pacientemente, sem fazer uso da vingança, está em paz e volta a iniciar sua atividade inspirada, continuando a edificação de uma obra que traduza a substância divida em palavras, esquemas e experiências vívidas, vivenciadas até suas últimas consequências.

Os acertos de contas cabem à Lei.

2 comentários:

  1. Cristo venceu o mundo; Ubaldi também. Você também vencerá. Siga forte no ideal, meu caro.

    Deus o ampare.

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