sábado, 7 de agosto de 2021

Centros Monistas (uma proposta)

Como podemos dar o máximo de nós mesmos?

Essa pergunta vem latejando em minha mente nos últimos meses. Fala-se tanto no que deve ser feito, mas às vezes nos esquecemos do que nós próprios podemos fazer em prol da evolução planetária (e de nós mesmos). 
Fig. 1: Horizonte que clama por verticalidade. Velocidade que anseia ascensão. 
Dimensão inferior em busca de outra a qual se submeter. Integração...

Eu vejo cada vez mais à fundo essa realidade. E percebo que ela é integral. Isso significa que os fenômenos são comunicantes, contíguos entre si, e ocorrem simultaneamente. Isso significa que enquanto um está em sua gênese, outro está em seu desenvolvimento, outro em sua maturidade e ainda outro em seu declínio. E o princípio de um apoia a manifestação de outro - que por sua vez preludia o fim - e vice-versa, no outro sentido. Sendo integral, isso significa que a busca por reforma íntima é um aspecto da busca por evolução coletiva sistêmica - e vice-versa.

No livro História de um Homem, Ubaldi resume as leis que os seres seguem em três:

1) Da conservação do indivíduo;
2) Da conservação da espécie;
3) Da evolução.

Essas leis se sofisticam à medida que progride-se na maturação interior. Mas trata-se apenas de derivação (ou desdobramento). De algo simples chega-se a um sistema sofisticado. Mas essa sofisticação pode ser sintetizada na lei. A grande jornada evolutiva no momento presente é continuar a sofisticação das duas primeiras leis, conservando o ser em sua individualidade e coletividades. Mas mais importante ainda é iniciarmos um impulso no sentido evolutivo.

Essa evolução de que se fala sempre esteve presente. Mas até o momento nosso consciente só operou no nível de superfície, gerando conhecimento, ferramentas, métodos  e sistemas artificiais. Tudo isso visava domínio - sobre o outro ou sobre a natureza. Eis que chegamos ao limite dessa forma mental que opera a partir da superfície e em prol da mesma.

A evolução é um impulso íntimo que parte do ser. Não podemos forçar ninguém a se interessar por questões profundas - ao menos não diretamente, exteriormente, por argumentos. No entanto, podemos conduzir o processo pelo qual as pessoas possam despertar (por si mesmas, a única maneira).

No ser aspirante a evoluído a terceira lei passa a ter uma importância considerável: o que era nulo, com funcionamento pleno na 1ª e 2ª leis (5-5-0), passa a ser elemento jovem, cheio de novidades e vigor, capaz de preencher a vida de significado. E assim chega-se a um esquema em que essa nova lei se manifesta nos planos e ações cotidianas do indivíduo (4-4-2).

Antes:
5 graus de importância para a conservação própria;
5 graus de importância para a conservação da família/grupo;
Zero grau de importância para a evolução.

Depois:
4 graus de importância para a conservação própria;
4 graus de importância para a conservação da família/grupo;
2 graus de importância para a evolução.

Os números são arbitrários- servem apenas para dar uma ideia do quanto de tempo/energia/inteligência empregamos em cada lei.

Podemos fazer uma analogia com o mercado financeiro: imaginemos uma carteira de n fundos (n podendo ser qualquer número maior do que a unidade...2, 3, 5, 8, etc.). Imaginemos que tenhamos três fundos de naturezas variadas (renda fixa, multimercado, etc.). A quantidade de dinheiro que eu injeto em cada um deles, formando uma proporção, irá caracterizar o desempenho da minha carteira ao longo do tempo - e com isso podemos usar índices para avaliar esse desempenho. No mercado financeiro temos o índice Sharpe, a volatilidade, o rendimento médio num período, entre outros. A proporção irá fazer toda a diferença.

A diferença entre o veneno e o remédio reside unicamente nas porções. 

As leis representam aspectos fundamentais do desenvolvimento do ser. Todas são indispensáveis. Mas devido ao grau de consciência, o ser faz uso de proporções compatíveis ao que ele vê e sente. Logo, um ogro vive de acordo com a proporção 10-0-0; um homem mais civilizado, 5-5-0 ou 4-6-0 (ou algo por aí); um já avançado na visão, 4-5-1 ou 5-4-1; um santo, gênio, herói se situa nos antípodas do ogro, com 0-0-10 (ou muito próximo).

A coletividade humana deve expressar em sua forma mental as necessidades de seu tempo para ser capaz de enfrentar os desafios sistêmicos que se apresentam. Caso contrário corre-se o risco de retrocesso tremendo. 
Fig. 2: Não é uma religião, nem um método, nem um grupo. 
É uma consciência mais profunda, que integra e reordena tudo até hoje criado/conhecido.

Agora podemos tratar do ponto central.

O máximo de cada um será dado de acordo com a vontade (interna) e as condições (externas). Ambas devem se combinar para que algo ocorra. 

De nada adianta vontade sem condições.
De nada serve condições sem vontade. 

É claro: vontade pode criar condições - e as condições estimulam o ser. Mas a questão não é essa, e sim que devem haver ambos, alinhados, para que algo grande se efetive.

Esse blog nasceu sem propósito declarado: foi simplesmente ocorrendo. A vontade do autor em se expressar, trazendo à tona diversas questões da vida, encontrou os meios para poder se manifestar e assim atingir os quatro cantos do mundo. Quem está sintonizado chega a este espaço. Do mesmo modo, quem está sintonizado entra em ressonância com a vida e obra de Ubaldi. Vale para tudo.

As condições: internet; plataformas digitais (aqui o blogger); habilidade na escrita;  um público que anseia por verdades mais completas, unificação, coordenações mais vastas, sentido.

A vontade: tempo de maturação do autor (teoria e vivência); sentimento profundo de sintonização com outra realidade.

Mas deseja-se avançar nessa vivência através de outros meios. O desejo se torna algo mais passível de expansão. Sente-se uma atmosfera que pode ser impactada, bastando para isso uma forma de expressão variada, que se infiltre em outros meios, de outras formas.

Vejo portanto como planos a serem implementados em curto prazo:
  • Criação e cursos voltados ao monismo - em especial o ubaldiano, mais completo de todos;
  • Organização de palestras versando sobre os mais diversos temas sob a lente monista;
  • Criação de material audiovisual.
E a médio prazo:
  • Criação de projetos envolvendo a sétima arte;
  • Criação de centros monistas.
E a longo prazo:
  • Formação de uma comunidade centrada na obra ubaldiana.
Os planos são grandes - a vontade cresce. O meio parece estar se forjando. É preciso avançar sempre, ordenadamente. 

Os objetivos de curto prazo são relativamente simples de serem implementados. Não há necessidade de um envolvimento profundo por parte dos participantes. Mas esse é o primeiro passo para transmitir a ideia que irá redimir a humanidade para um público já preparado para o alimento sólido. 

Essa primeira etapa pode durar um bom tempo. Ela irá trazer mais próximo das pessoas tudo o que tem sido desenvolvido aqui, além das vivências. Será o pontapé inicial para a criação de uma rede fraterna, que enxerga os fins e sente a gravidade do momento histórico. 
Fig. 3: Cristo já retornou ao mundo. Seu porta-voz: um simples professor de inglês ginasial, que se fez pobre.
Uma criatura fantástica, cuja vida se iguala à sua obra. Continuar ignorando essa grande verdade pode nos custar
muito caro. Uma dor tremenda desnecessária. Basta enxergar o mundo e compreender suas necessidades...

Mais para frente, os Centros Monistas (CM). Eles devem ter características simples - porém longe de simplórias. Eles devem ser um ambiente em que as pessoas possam falar sobre suas dores, trazer suas experiências, aprender coisas e conhecer pessoas que anseiam por uma transformação em suas vidas. Para isso poderá haver exibição de filmes (arte para elevar); músicas de fundo profundas e universais (ex.: Ludovico Einaudi); palestras sobre temas como a criação e a queda, a evolução, os motos fenomênicos e os movimentos vorticosos, os aspectos positivos e negativos de cada religião, as últimas descobertas da ciência, as correntes filosóficas, habilidades úteis a todos (ex.: receitas, nutrição, costura, programação, finanças, hortas, hidráulica, uso de energia, cuidados básicos de saúde, orientação sexual, conceitos de ciência, idiomas, música, marcenaria, fundamentos de construção, etc.). Qualquer pessoa pode dar sua contribuição.

O ponto central é que o monismo será eixo central. 

Por quê? Pelo simples fato de que, em seus princípios - em especial na obra ubaldiana, que sistematizou a realidade de forma tão magistral - nada fica de fora, Ou seja, trata-se de um sistema de inclusão gradativa. Uma reabsorção da ignorância pelo conhecimento. Método do S. Método de inclusão - e não de exclusão. Um conhecimento construído aos poucos e vivido sinceramente - e intensamente.

Isso tudo representa um sonho. Um objetivo de vida. Algo que dê sentido à existência de quem aqui escreve tão apaixonadamente. Com plena ciência  das imensas barreiras que o mundo impõe com seus métodos. Métodos que refletem a ignorância. Ignorância a ser transformada em conhecimento.

Fica esboçada a vontade e a visão.

As condições e o ímpeto do ser ditarão a concretização ou não desse sonho. 

O trabalho a ser feito agora é de paciência, persistência.

Tudo deve ser natural.
Método do S - proposta dos C.M.'s.

Gilson Freire sentiu pelo coração e compreendeu pela mente a grandeza do fenômeno Ubaldi. O vídeo abaixo (palestra sua sobre o homem do 3° milênio) revela essa transformação pela qual devemos passar.


Referências:

3 comentários:

  1. Caro Leo, seus ensaios são simplesme nte espetaculares! Devia você compila-los em um livro e eu seria o primeiro a adquiri-lo!!! 😊
    Tivemos hj o seminario online A Historia de um Homen, do CEU BH no youtube. Excelente!

    Abraços amigo! Saude e luz no teu caminho!

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    1. Tenho dito, meu caro: ler o blog do Léo é como ler o mestre (Pietro Ubaldi) outra vez!
      Grande Leo! Abraço

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  2. Meus queridos, gratidão. Quem sabe um dia eu faça essa compilação. Vi que iniciaram as aulas pelo CEU BH do youtube do último livro de nosso querido e iluminado Gilson. Vou procurar alinhar meus horários para tentar participar ao vivo.

    Abraços fraternos.

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