Muitos
realistas aparentes são utópicos de fato. Isto é, utópicos no mal
sentido. Eles acreditam que é possível organizar uma sociedade
pacífica com sistemas falidos e indivíduos desagregadores - como
eles próprios. Por outro lado, muitos utópicos (aparentes) são
realistas de fato. São pessoas que compreendem o estado calamitoso
em que se encontra a humanidade, e tentam demonstrar que a única
forma de atingir uma convivência menos dolorosa é transformando a
substância das pessoas - que por sua vez levará a um novo sistema
coletivo.
Enquanto
o pseudo-realista (tido como realista em nosso mundo) crê que o
elemento material é tudo que existe e se resolve em si, o realista
(tido como utópico em nesse mesmo mundo) crê - e no fundo sabe -
que o elemento espiritual é o que importa, sendo portanto capaz de
reorganizar o material. Esse simples modo de conceber a vida e seus
fenômenos gera um tipo biológico completamente diverso do comum. E
ambos convivendo se revelam altamente contrastantes. Mas ao mesmo
tempo relacionados.
O
ser que atua objetivando desenvolvimento espiritual passou por
inúmeras existências dolorosas, experimentando os prazeres efêmeros
e ilusórios da matéria. É um ser mais - digamos - antigo e
sofrido. Ele compreende o porquê de seu irmão "realista"
buscar fervorosamente a matéria como um fim e rejeitar a vertente
espiritual da existência. Enquanto o primeiro já passou por essa
fase o segundo a vivencia. Este ignora o futuro e se espelha no
passado. Aquele sente (e sabe!) que existe novidades à frente, e dá
o devido peso aos três tempos, de modo que sua existência seja um
FLUXO.
O
ser espiritual passou a barreira do auto-conhecimento. Ele percebe
claramente a dinamicidade da vida e a interconexão dos fenômenos do
Universo. Isso agiliza seu pensamento e aflora seus sentimentos.
Esses novos patamares são inconcebíveis para o mundo terrestre. E
portanto, diagnosticados como doença pelo “establishment”.
Utopia: rever os conceitos baseado na substância. Internalizar erros para preparar a ascensão. |
O
que torna a mudança lenta é o simples fato de sermos incapazes de
vislumbrar um modo de vida mais elevado. É acreditarmos que vivemos
numa era que atingiu seu máximo e só nos resta construir o Paraíso
com os nossos sistemas, as nossas ferramentas e a nossa mentalidade.
Isso sim é uma utopia. Na forma mais ingênua e nociva.
As
experiências contemporâneas comprovarão que os utópicos do
presente tem mais verdades do que ingenuidades. Mais ciência do que
suposições. Mais amor do que ódio. Mais ordem do que caos. Mais
salvação do que perdição. Mais verdades do que mentiras.
Nessa
conclusão (firme, mas não definitiva) cheguei graças a uma série
de constatações. Minuto a minuto. Em todos os ambientes e em todos
os estudos. Isso simplesmente relacionando diferentes saberes.
Aplicando uma teoria em uma prática inesperada, e observando os
efeitos lentos mas consistentes, comprovando assim a unidade do
Universo.
Creio
que chegou o momento de redefinirmos os conceitos que enraizamos ao
longo da vida (ou, para quem crê, das vidas).
Para
nos libertarmos.
De
nós mesmos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário