Neste
ensaio pretendo ramificar a ideia desenvolvida anteriormente a
respeito das três inteligências (instinto, razão, intuição).
Para ser mais específico, o intuito é explicar e exemplificar
porque a intuição será a característica predominante do ser
humano do futuro - um ser que vive na mente de muitos, ansiosos pela
concretização de um ideal tão intenso que abale os conceitos
vigentes (sim, no fundo queremos ser provocados).
Aquele
ditado de que muitas (não todas) crianças só aprendem com o erro é
uma verdade profunda. Tanto que podemos estendê-lo para a humanidade
sem problemas. Guardadas as devidas complexidades e proporções, a
essência é a mesma: o aprendizado pela dor.
Sabemos
que o tipo de aprendizado mais eficaz é a educação formal,
geralmente dada pelos pais (ou parentes) até uma certa idade, e pela
escola a partir daí. Mas muitas pessoas sentem - e algumas sabem -
que essa educação formal poderia ser muito mais eficaz. São
pessoas que provavelmente já passaram por essa experiência e
sentiram que todo seus "fracassos" podem ter sido causados
- em boa parte - devido à falta de adequação dessas instituições
(família e escola) à sua natureza. Mas o misto de culto e
emergência às normas impostas ao longo da vida nos conduz a
julgamentos muito severos de nosso ser. Devemos acreditar um pouco
mais em nossas potencialidades.
Somos
diferentes. Merecemos oportunidades iguais. O que isso quer dizer
concretamente? Isso significa, a meu ver, que o sistema educacional
deve propiciar todas vivências e experiências possíveis de forma a
atender a pluralidade dos sonhos e idéias que povoam a mente de cada
ser vivo. Trata-se de um ENORME DESAFIO. Especialmente hoje, com uma
série de distrações sedutoramente divergentes.
Grande
parte das metodologias educacionais não atendem aos anseios das
novas gerações. Não que a partir de um ponto só comecem a nascer
crianças com uma concepção de vida mais ampla. Mas percebe-se uma
tendência ao longo do tempo. E acredito que boa parte dos problemas
internos que jovens enfrentam hoje em dia se deve ao fato de nossas
escolas (e sociedade, e mercado de trabalho) serem incapazes de
PERCEBEREM potencialidades (futuro). Como um todo engessamos no
tempo. Mas felizmente a petrificação do sistema não impedirá o
inexorável marchar da humanidade rumo ao progresso intelecto-moral.
Muitos
tem falta de vontade em aprender. E não é fácil responsabilizar
unicamente o aluno ou o(a) professor(a) por esse insucesso. É
provável que ambas partes tenham sua parcela de responsabilidade.
Mas o modo como muitas coisas estão estruturadas (relações, regras
de conduta, modos de conceber a existência,...) pode ser poderoso
agente indutor de deslizes, afastando-nos do ideal. Faz-se necessária
uma nova abordagem, completamente diversa. Aí entra o ser intuitivo.
O
ser intuitivo é SÍNTESE. O racional é ANÁLISE.
O
primeiro é conduzido pelo imponderável. O segundo pelo tangível;
O
primeiro compreende o modo de pensar e agir do segundo, mas este não
compreende o primeiro. Porque o primeiro é capaz de atingir as
profundidades da alma e se foca nas causas, enquanto o segundo sente
e age pela superfície, não compreendendo o brotar dos fenômenos e
as reações.
Não
se tratam de mentalidades mutuamente excludentes, e sim
COMPLEMENTARES. A questão é o peso que se dá a cada uma delas.
Para o ser do futuro, o centro de gravidade de sua trajetória estará
mais à frente, com campo da intuição e da síntese, que apoiarão
a mente racional-analítica.
O
ser intuitivo procura ter uma visão global e perceber as
interconexões dos fenômenos naturais e humanos. Sua mente trabalha
em todas escalas de espaço e tempo, sendo assim capaz de perceber
que acontecimentos ruins no presente são necessários para sua
evolução espiritual. Por perceber o sentido da vida em sua
plenitude, ele mais procura adequar-se às Leis do Universo do que
criar sistemas e criar tecnologias para burlá-las. Não que estes e
estas sejam ruins, mas ele não se encanta com isso. Para esse ser
trata-se apenas de meios para atingir fins muito mais elevados. Nada
mais, nada menos.
O
ser intuitivo abraça o estudo em todas suas formas. Cada instante é
passível de alçá-lo a uma nova compreensão, tornando-o mais apto
para cumprir sua tarefa evolutiva e auxiliar a unificação de toda
humanidade. Ele é movido por esse ideal. Está disposto a se
arriscar, ser ridicularizado, e até morrer por ele, sem no entanto
jamais envolver outros nessa empreitada “suicida”.
Trata-se
sobretudo de um processo biológico comum a todo ser vivo. TODO.
Passaremos por isso algum dia. Não há com o que se preocupar. O
privilégio é de todos.
O
único pré-requisito: abrir a mente.
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