Um
elogio a uma vida, a um ideal, uma equipe.
Um
agradecimento às pessoas que constroem e continuam construindo
pontes entre o ideal e o real.
"A Felicidade não se Compra", nem se compara a qualquer outra coisa. Me refiro à verdadeira felicidade. George, Mary e Zuzu, sua filha caçula. |
Minha
vida carecia de uma explicação satisfatória. Essa situação de
'garoto perdido' era uma realidade concreta há poucos anos. Foram
anos e anos vivendo de uma forma cada vez mais destoante da grande
maioria. Exteriormente, na forma, eu era muito semelhante à maioria.
Mas na abissal profundidade da minha alma, um processo intenso de
maturação psicológica ocorria. Experiências sendo absorvidas.
Erros sendo internalizados. Dores aparentemente gratuitas. Questões
infindáveis sem uma explicação verdadeiramente convincente. E eu
buscava as respostas. Perguntando ou observando o comportamento das
pessoas tidas como referência. E avaliando se suas atitudes
condiziam com seu discurso.
A família Bailey |
As
pessoas, os professores, os mestres, os sábios, a sociedade,...Todas
as respostas pareciam ser prontas. Pré-formatadas. Uma espécie de
repetição que tinha uma explicação racional e lógica até o
momento em que se chegava à fronteira das causas profundas.
Problemas tão fascinantes quanto fundamentais. E ignorados. Chegando
nesse ponto, a resposta era substancialmente a mesma: “porque sim”,
“as coisas sempre foram assim”; “isso não dá em nada”. E
variações desse tipo. Infinitas e vazias. “Não é possível!”,
eu exclamava. Estava diante de um universo sem sentido. E quanto mais
estudava e constatava, maior a fome por conhecimento e por algo ou
alguém capaz de resolver os problemas últimos. Ou ao menos esboçar
algo do tipo.
Comecei
a construir uma pirâmide do saber. Os filmes, os livros, as músicas,
as teorias, as experiências (sociais, afetivas, laborais, etc) foram
sendo filtradas. Toda enorme quantidade de conhecimento recebido
começou a ser FILTRADO e RELACIONADO. E a SIMPLICIDADE emergiu como
consequência.
De
repente, comecei a me tornar uma pessoa mais seletiva, como todos
ficamos com o passar dos anos. Mas pelo que sinto, isso se deu a uma
taxa espantosa. Como se todo aquele novo ser, com aquela ânsia e
potencialidades latentes estivesse apenas esperando os elementos
ignitores. Entidades capazes de despertar o melhor de si.
Três
ou quatro anos. Foi o tempo necessário para minha visão de mundo
evolver a um patamar diverso. Infinitamente abaixo de um gênio,
santo ou místico. Mas não adaptável ao mundo presente. O que era
de valor pra mim não o era para a maioria. E vice-versa. Não em
tudo, mas em muitas coisas. E o mundo só sabia rejeitar, mas jamais
explicar o porquê de seus métodos de exclusão. E nisso eu, com
minha nova visão, só me impulsionava mais à frente. Isto é,
seguia minha natureza, me distanciando cada vez mais do dito normal.
Mas isso, se era bom, ao mesmo tempo cortava meu contato com este
mundo. E eu tinha (e tenho) necessidades nele: fome, amor, diversão,
conversas, sorrisos, etc. Era necessário ser criativo e resolver
essa questão.
A Salvação. Recompensa por levar uma vida reta, combatendo o capital ganancioso, ouvindo o coração e sempre encontrando soluções criativas. |
Eis
que comecei um segundo movimento. Comecei a escutar mais do que
desejar falar. Compreender o exterior para enriquecer o interior. E
percebi que muitas pessoas tem anseios e desejos que se assemelham
aos meus. Apesar da forma de buscá-los ser diferente. Algumas chegam
a revelar idéias e visões incríveis. E refinar seu tempo de
ocupação, parecendo que em certos momentos que o meu mundo e o
mundo das pessoas próximas possam se fundir.
Dessa
forma aprendi a atuar no mundo, aproveitando o melhor dele, e ao
mesmo tempo manter minha mente no infinito. A conexão estava feita.
Só
falei de tudo isso porque ontem, domingo, tive a oportunidade de
assistir um filme clássico no cinema. Um filme chamado “A
Felicidade não se Compra”. É um VERDADEIRO MILAGRE. Porque eu já
tinha visto esse filme várias vezes na telinha, mas sempre ansiei
por vê-lo na tela grande. Foi uma imersão completa.
Muita
gente acha filme clássico chato. Acreditam que preto e branco é
algo superado. Creem que a ausência de efeitos especiais e astros do
momento é pobreza. Isso foi atestado quando vi que haviam 6 pessoas
na sala – eu e meu pai incluso. No entanto, lá estava diante de
mim um filme que faz rir, chorar, pensar, se emocionar. E fazer o
tempo flutuar. Eu e meu velho pagamos R$ 7,00. Os dois.
O
tempo se arrasta para a maioria, obrigada a executar tarefas
repetitivas e satisfazer os instintos.
O
tempo anda para pessoas que estão relativamente bem ocupadas, em
equilíbrio consigo.
O
tempo flutua para quem consegue captar a magia da vida.
O
“meu tempo” flutuou no domingo. Com Frank Capra (o diretor).
George Bailey num momento de dificuldade, na crise de 1929. |
antes. Mas só ontem, após passar por algumas situações e conhecer o verdadeiro significado de certos ensinamentos eternos, pude captar com a máxima intensidade o significado de cada cena. Isso, para mim, é o verdadeiro milagre que a vida opera.
O
personagem principal, George Bailey (James Stewart), é um jovem
cheio de sonhos e honesto, que sabe (incertamente) e não sabe
(temporariamente) o que quer. Mas tem boa vontade. E são suas boas
intenções impulsivas que o conduzem a tomar atitudes que lhe trazem
problemas (à princípio) e alegrias (depois). Sempre em ciclos mais
intensos. É um homem sempre em choque com o poder e que se vê
diante das piores tentações nos momentos de maior fragilidade.
A
vida de George Bailey poderia ser cheia de aventuras. Mas sempre que
a oportunidade de sair de seu pequeno vilarejo (Bedford Falls)
aparece uma dificuldade surge, exigindo sua presença.
Responsabilidade e paciência. E com essa cadeia de derrotas
aparentes começa a se formar uma vida de retidão. E emoção.
No
trabalho, com a firma herdada do pai, George consegue dar o exemplo,
providenciando uma casa (e vida) decente para milhares de famílias
de sua cidade, às custas de seu sucesso material.
Ele,
num momento de quase falência junto a seus clientes, decide, por
convicção numa justiça maior, mantê-los longe da aparente
salvação do mercado. E sacrifica o dinheiro de sua lua-de-mel com
Mary (Donna Reed), a moça que sempre e somente gostou dele, em prol
de seus clientes. E ela, por amor à sua convicção, se coloca ao
seu lado. Jamais se arrependendo.
Espírito
vencendo a matéria; Justiça
divina vencendo a (in)justiça humana; Amor
profundo vencendo o interesse egoísta. E
com isso os clientes viram amigos. De verdade.
Está
selado o pacto com um jogo de forças positivas, que serão acionadas
no momento certo.
O
clímax do filme é o momento da maior prova a ser suportada por
nosso personagem, verdadeiro modelo do homem moderno. Na hora de
maior desespero, à beira da falência, da pobreza e do abandono
(injustamente direcionados) ocorre o inesperado: a ajuda do Alto. Mas
não se trata de um simples resolver de problemas, e sim de um
impulso para o personagem recobrar a consciência de sua importância.
Uma
visão do que seria Bedford Falls sem George Bailey leva ele (e o
espectador) a perceber como a vida de um único homem pode tocar
construtivamente – e salvar! – milhares de outras. E assim, via
lógica e bom senso, nos convencemos de que uma vida de resistência
e sacrifício e bondade vale mais do que todos os recursos materiais
do universo.
Precisamos
despertar nosso George Bailey latente,
Precisamos
encontrar a nossa Mary,
Precisamos
combater os Srs. Potters,
Precisamos
despertar o interesse pelos reais valores da vida.
A
verdadeira ascensão, o verdadeiro prazer, os melhores momentos,
custam muito pouco.
Vi
esse filme por R$ 3,50...
Cristo
nos disse para nos ocuparmos das coisas de Deus (espírito) e que
fazendo isso as outras coisas (materiais) nos serão dadas por
acréscimo. Isso é o que uma pessoa preparada sente ao assistir A
FELICIDADE NÃO SE COMPRA. E quando tudo se encaixa, a alegria é
ímpar.
Quem
é bem intencionado nunca estará sozinho.
Quem faz o bem, o verdadeiro bem, sem medir esforços e desejar recompensas, será ajudado nos momentos mais sombrios.
Nada ou ninguém deste mundo pode fazer mal a uma pessoa boa.
Quem assistir esse filme passará a acreditar nessa máxima.
Assistir de verdade. Com mente, espírito e coração.
Quem faz o bem, o verdadeiro bem, sem medir esforços e desejar recompensas, será ajudado nos momentos mais sombrios.
Nada ou ninguém deste mundo pode fazer mal a uma pessoa boa.
Quem assistir esse filme passará a acreditar nessa máxima.
Assistir de verdade. Com mente, espírito e coração.
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