domingo, 27 de outubro de 2013

Quem nunca...

Quem nunca, em algum momento da vida, pensou em ser mais para si e para os outros?

Quem nunca, em algum momento de reflexão e solidão, pensou em alguém especial que conheceu?

Quem nunca, em algum momento de dor, pensou sobre como está levando sua vida?

Quem nunca, em algum momento de raiva, quis ser como um daqueles sábios calmos?

Quem nunca, em algum momento de abandono, pensou que deve existir uma criatura no Universo capaz de compreendê-la?

Quem nunca, em algum momento de privação material, pensou que a humanidade está endeusando um sistema insano?

Quem nunca, em algum momento de isolamento, pensou que suas atitudes são incompreendidas?

Quem nunca, em algum momento de doença, pensou que se escutasse os gritos de seu organismo, poderia ter evitado muitos males?

Quem nunca, em algum momento de incerteza, não pensou em abandonar algumas de suas ideias e ideais e sentimentos?

Quem nunca...

Quem nunca teve coragem de dizer o que pensa por medo da rejeição da maioria?

Quem nunca teve coragem de fazer a coisa certa por medo de perder seus status ou cargo ou dinheiro ou vida ou amigos ou tudo isso junto?

Quem nunca sentiu prazer ao ver um pôr-se-sol diferente?

Quem nunca sentiu um arrepio ao ouvir uma música profunda?

Quem nunca sentiu conexão com algo diferente, desconhecido, intocável e incompreensível?

Quem nunca quis ser mais e melhor na profissão?

Quem nunca pensou em abandonar o emprego por se sentir sufocado?

Quem nunca pensou em dizer “não” para o que sempre disse “sim” e “sim” para o que sempre disse “não”, porque tinha medo de se expor ao ridículo?

Quem nunca pensou em falar alto e claro sua opinião diferente diante de um mar de homogeneidade?

Quem nunca?

Por que então, com tanta coisa em comum, nós, humanos, solitários, com medo, com perdas e doenças, com desejos e vontades e sonhos e planos...por que não começamos a olhar pros lados e ver essas pessoas que sempre estiveram aí – às vezes por anos?
Por que não ARRISCAMOS um olhar ou um gesto mais caridoso?

Por que não abrirmos uma brecha em nossas almas para que possamos ser salvos de nossa loucura.

Por que não ESCUTAMOS os “estranhos” e “bobos” e “subversivos” e “fracassados”?

Por que não AVALIAMOS com mesmo rigor o que os “sucedidos” e “vencedores” e “legais” e “populares” dizem?

Por que nos recusamos a trilhar caminhos apontados como desvantajosos e errados pela maioria?

Por que?

Eu não sei...
Medo talvez. Ou inveja. Ou falta de sensibilidade. Ou...tudo isso junto e mais um pouco.

Será que não está na hora de colocar esses temas em pauta?

Estamos em 2013.

Já tivemos uma boa dose de mentes iluminadas que fizeram o favor de mostrar que existe
ALGO A MAIS – e foram mutiladas por isso...


Quantos ainda precisarão sofrer para que a maioria compreenda o caminho do Progresso?

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